Olha o robô, o amigo tecnológico que chegou para ajudar os idosos
Uma previsão indica que, em 2050, metade da população em Portugal terá mais de 65 anos. A quantidade de cuidadores existentes não será suficiente para prestar os serviços necessários a todos os idosos. E é aí que entram os robôs…
O envelhecimento da população deixa uma grande margem para o crescimento da robótica social e os investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) acreditam que este é um caminho para o futuro: robôs que ajudam os mais velhos nas tarefas do dia-a-dia.
A partir desta ideia, a universidade está “a desenvolver sistemas robóticos que possam ajudar em algumas tarefas, aliviando o esforço na prestação de cuidados de saúde a esta população”.
No lar do Centro Social e Paroquial de Santo António, em Vila Real, circulam já, junto dos idosos, dois robôs de telepresença, cujo objetivo é facilitar a comunicação entre os idosos e os seus familiares. Cada robô possui “um ecrã onde é possível visualizar a face do familiar ou do amigo que entra em comunicação com o idoso que se encontra no lar”. Para isso, basta que o familiar ou amigo instale a aplicação do robô no seu smartphone – que é “uma aplicação como outra qualquer que temos nos nossos telemóveis”, garante Vítor Filipe, investigador da UTAD.
Os mais velhos apreciam esta proximidade e os seus familiares também, mas os investigadores sublinham que o robô não substitui as visitas aos idosos.
Os dois robôs vão continuar no lar do Centro Social e Paroquial de Santo António durante mais dois meses e depois os idosos e os seis familiares irão avaliar como correu a experiência e como pode ainda ser melhorada.
Ainda não testado pelos idosos foi o robô-protótipo que tem o intuito de ajudar os mais velhos a tomar os medicamentos. “Uma das dificuldades da população idosa é conseguir cumprir os horários de medicação previstos, muitas vezes esquecem-se ou acabam por trocar medicamentos”.
O robô está ainda em fase de testes, e vai precisar de mais algum tempo até estar no terreno. Os investigadores da UTAD querem, primeiro, ter toda a tecnologia afinada, para evitar correr qualquer risco – até porque, caso o robô se engane, “uma troca de medicamentos pode ter consequências graves”. Além disso, a universidade aguarda ainda mais financiamento para conseguir continuar a desenvolver o robô, que tem “custos elevados”.
Mais longe ainda está a hipótese de começar a criar robôs que desenvolvam laços afetivos com os idosos, mas Vítor Filipe não tem dúvidas: “É para aí que caminhamos”. Com o desenvolvimento da tecnologia artificial, no futuro poderemos contar com ‘amigos robôs’ que deverão ajudar a “colmatar situações de isolamento e solidão” que muitos idosos atravessam no dia-a-dia.
Fonte: TFS