Portas Resistentes ao Fogo
O que são portas resistentes ao fogo?
As portas resistentes ao fogo são elementos construtivos de proteção passiva contra incêndio, integrados em sistemas de compartimentação resistente ao fogo. Estes têm como objetivos evitar ou adiar a propagação das chamas e gases quentes através dos vários compartimentos do edifício e criar zonas de evacuação seguras para os seus ocupantes e para os bombeiros intervenientes. Como tal, em situação de incêndio, as portas resistentes ao fogo são equipamentos essenciais na salvaguarda das vidas humanas, dos animais e dos bens materiais.
Sucintamente, as portas resistentes ao fogo são constituídas por uma ou duas folhas, o aro e os respetivos acessórios, incluindo o dispositivo de fecho automático. Estes acessórios devem ser compatíveis com a porta resistente ao fogo.
Como devem ser utilizadas?
É normal existirem aberturas nas vias de acesso entre os diversos compartimentos resistentes ao fogo. Como tal, para garantir as características de resistência ao fogo destes compartimentos é necessário recorrer a portas adequadas, normalmente com uma classificação de resistência ao fogo igual a metade à da parede em que se inserem. A instalação de portas resistentes ao fogo é utilizada, por exemplo, para a proteção de:
Aberturas em paredes de compartimentos resistentes ao fogo ou noutras paredes de separação resistentes ao fogo, para a passagem de pessoas ou bens;
Aberturas verticais de serviços técnicos (p/ex. caixas de escadas e caixas de elevadores) que atravessam pavimentos resistentes ao fogo;
Aberturas em vias de evacuação.
As portas resistentes ao fogo apenas poderão cumprir a sua função, que é a de limitar a propagação do incêndio durante um período de tempo pré-determinado, se forem utilizadas corretamente. Isto implica a adoção de comportamentos adequados e o cumprimento das regras definidas na legislação portuguesa aplicável (Portaria n.º 1532/2008, de 29 de dezembro), e das quais se destacam as seguintes:
As vias de evacuação devem estar continuadamente desobstruídas, particularmente junto às portas de compartimentação que devem abrir sempre no sentido da evacuação ou de saída;
As barras anti-pânico devem permitir uma abertura fácil, utilizando o peso do corpo, sem necessidade de uso das mãos;
No caso de portas normalmente fechadas, estas devem possuir um mecanismo de fecho automático e não devem ser trancadas ou mantidas abertas com recurso a qualquer tipo de objeto;
Por outro lado, no caso de portas que, por motivos funcionais, devam ser mantidas abertas, estas devem possuir um mecanismo de retenção que as conserve nessa posição e que, em caso de incêndio, as liberte e conduza à posição fechada.
Que tipos de portas resistentes ao fogo existem?
O tipo de porta resistente ao fogo a instalar deve cumprir o estabelecido no projeto aprovado, o qual deve seguir as regras definidas na legislação nacional em vigor. Como tal, em termos de modo de funcionamento, a tipologia da porta a instalar irá variar em função das especificidades do edifício, sendo possíveis as seguintes soluções:
– Portas articuladas e giratórias;
– Portas de correr e horizontais e verticais;
– Portas de fole;
– Portas basculantes;
– Persianas de enrolar.
Relativamente aos materiais constituintes das portas, existem diversas opções, sendo possível adaptar as portas resistentes ao fogo à arquitetura e estética do edifício:
– Portas de madeira: porta constituída principalmente de madeira ou seus derivados;
– Portas revestidas por madeira e de base mineral: folhas revestidas a madeira, sendo a sua base constituída por material mineral;
– Envidraçados:portas constituídas por vidro resistente ao fogo, suportado por uma estrutura metálica ou de madeira;
– Portas metálicas: folhas metálicas e de material base adequado às características requeridas.